A evolução da pandemia de Covid-19 e o seu impacto na economia foram os temas principais em debate no Conselho Estratégico Empresarial que se realizou, esta quinta-feira, no Centro Cultural Olga Cadaval.
A reunião contou com a presença do presidente da autarquia, Basílio Horta, e com Paulo Portas que debateu e refletiu sobre a temática de como vai o mundo recuperar do Covid-19, a nível global, europeu e nacional.
Basílio Horta começou por apresentar aquilo que é uma visão do que está a ser feito e a perspetiva para o futuro do desenvolvimento do concelho de Sintra.
“Desde o primeiro dia do mandato que somos guiados por três princípios muito claros e que temos vindo a seguir na Câmara. O primeiro é aumentar o investimento, segundo, diminuir impostos e diminuir dívida e terceiro, controlar a despesa corrente. A nossa gestão autárquica tem sido baseada nestes princípios”, frisou o autarca.
Em 2013, no primeiro mandato, o investimento era de 15 milhões de euros, para 2021 é de 50 milhões; a dívida bancária era de 79,7 milhões, passando agora para 1,7 milhões. A nível de impostos, o IMI, em 2013, estava nos 0,39% e este ano baixou para os 0,30%, o que se traduz numa devolução aos munícipes de 46 milhões de euros em 7 anos.
Perante a situação de pandemia, Basílio Horta aponta as principais fragilidades sentidas no concelho, “com a pandemia o desemprego subiu, o turismo foi muito afetado, as empresas foram afetadas. Perante este quadro como reagimos? Investindo e diminuindo os impostos, esse é o caminho”.
Em relação ao futuro o autarca refere que” é necessário modernizar o concelho, utilizando para isso dois aspetos: o investimento e a organização. Investimento na economia, no setor social, no setor administrativo e na execução do PDM”. “Somos o município da AML com maior capacidade de crescimento com as características que foram aqui colocadas. Sintra tem condições para desenvolver uma estratégia com confiança e garantia”, sublinhou o autarca.
Paulo Portas, convidado desta reunião do Conselho Estratégico Empresarial, analisou as várias consequências do novo coronavírus sob o tema “Como vai o mundo recuperar do Covid-19. O Global, o Europeu, o Nacional”.
O antigo ministro de Estado e da Defesa Nacional começou por referir que “esta é uma pandemia global e assimétrica e ter este princípio claro é essencial para tomar boas decisões. É assimétrica, desde logo no tempo, esta pandemia impactou na Ásia com dois meses de antecedência sobre a Europa, a Europa com um mês de antecedência sobre a América do Norte e a América do Norte com um mês de antecedência sobre a América Central e do Sul, ou seja, o tempo de aterragem do vírus determina também que o tempo de saída do vírus é completamente diferente, o que é essencial para os empresários porque tem a ver com o tempo de recuperação económica”.
Paulo Portas considera o setor do turismo o mais afetado, “o mais crítico no tecido empresarial português, e que é outra prova de assimetria, não é igual tudo o que se passa no turismo com o que se passa noutros setores. Com a importância do turismo na economia portuguesa, e todas as atividades económicas ligadas ao turismo, é essencial encontrar uma forma de aguentar a transição neste setor”.
“O turismo foi o primeiro dos setores a ser impactado e será certamente o último a recuperar, e porquê o turismo tem essa peculiaridade? Porque o turismo depende ele próprio. Depende de uma ideia que, de momento, afasta as pessoas, que é uma ideia de multidão: multidão no avião, multidão no aeroporto, no hotel… E isto depende de um fator muito difícil, que é a confiança psicológica. A confiança só será retomada quando entrarmos na última fase, quando tivermos a aprovação da vacina”, menciona Paulo Portas.
O Conselho Estratégico Empresarial funciona como um interlocutor privilegiado entre empresários e investidores de dimensão nacional e local estando focado em melhorar as condições e oportunidades de negócio e investimento em Sintra que dinamizem a economia e promovam o emprego. Este conselho integra empresários, associações empresariais e entidades sindicais.
A Câmara Municipal de Sintra criou o Conselho Estratégico Empresarial, em 2014, com o objetivo prioritário de analisar a situação económica e social do concelho na perspetiva das empresas e trabalhadores propondo às entidades decisórias as medidas que se mostrem adequadas à resolução das questões identificadas.